Ejaculação não é orgasmo – Sexualidade #1

A revista Men’s Health divulgou em junho uma pesquisa com mais de 40 mil homens em 42 países. O resultado é surpreendente. Em relação à média da duração de uma relação sexual, o maior tempo ficou em 23 minutos. No Brasil, a média é de 21 minutos, sendo que 15 minutos são de preliminares. Isto demonstra que a maioria dos homens não consegue manter a penetração sem ejacular por mais de 10 minutos. Mas o que grande parte da população Ocidental não sabe é que ejacular é uma coisa, ter orgasmo é outra.

Segundo Prem Milan, o orgasmo é aquele momento antes da ejaculação. “É o momento em que tua cabeça se perde. São pequenos segundos que podem e devem ser ampliados porque eles vão te levar para um nível de prazer muito maior. Mas a energia é tão forte que simplesmente teu corpo não agüenta mais. Aí vem a ejaculação, como se fosse uma descarga. O teu corpo não consegue mais suportar tanta energia e tanto prazer. A ejacular alivia. Só que é apenas um alívio. É a parte mais pobre do prazer.”

No livro “Bioenergética”, o médico-psiquiatra Alexander Lowen explica que Reich empregava o termo “orgasmo” em sentido muito especial, para fazer referência à entrega completa à excitação sexual, com o envolvimento completo do corpo nos movimentos convulsivos da descarga. “O orgasmo, conforme a descrição reichiana, acontece às vezes e é uma experiência de êxtase. Mas isto também é outra raridade, como o próprio Reich reconhecia. Uma resposta total a uma situação qualquer é incomum na nossa sociedade, pois estamos envolvidos em uma carga muito grande de conflitos para nos entregar de modo completo a qualquer sentimento que seja.” Para Reich, o orgasmo deve ser uma experiência tocante. “Somos tocados por ele. Se todo nosso corpo é espontaneamente tocado e o coração responde, então estamos tendo um orgasmo completo.”

O medo do prazer
Pode parecer uma contradição, mas muitas pessoas evitam o prazer, conforme afirma Lowen, no livro “Prazer: Uma abordagem criativa da vida”. Algumas desenvolvem uma ansiedade aguda em situações de prazer e outras chegam a sentir dor quando a excitação do prazer se torna muito intensa. “Medo do prazer é medo da dor, não apenas da dor física que o prazer causa no corpo rígido e contraído, mas também da dor psicológica da perda, da frustração e da humilhação”, explica. Segundo ele, no processo de amadurecimento superamos as dores suprimindo as tristezas, os temores e a raiva. Com isso restringimos nossa capacidade de amar, de nos alegrarmos e nossas disposições para o prazer. “Amortecendo-nos contra a dor, amortecemo-nos contra o prazer. Não recuperaremos a capacidade de sermos alegres sem reexperimentarmos nossas tristezas. Não sentiremos prazer sem passarmos pelas dores do renascimento.”
Prem Milan explica que quando vem toda essa energia boa da sexualidade e do amor, ela luta para expulsar essas tensões emocionais que bloqueiam nosso corpo. “Normalmente essa energia reprimida ganha e faz com que você fuja do prazer ejaculando. É preciso perceber as tensões que temos na região pélvica, criadas desde o início da nossa sexualidade. A raiva e a dor da frustração sexual da adolescência está hoje na nossa pelve. Nós fomos criados para ter muito medo do prazer, porque muitas e muitas vezes fomos punidos em situações de prazer. É só relembrar a infância…”

Dica: Experimente apenas uma vez não ejacular e ficar deitado. O teu corpo vai começar a vibrar. Muitas sensações corporais vão fluir. Com certeza você vai sentir uma profunda gratidão e amor por sua parceira. Você vai se sentir mais jovem e energético. Tua pele vai denunciar isso facilmente. Criará um clima de muita sensibilidade e doçura com tua parceira e tua cabeça vai parar um pouco. Você não vai querer só dominar. Você vai sentir a beleza de estar entregue. Eu te convido a experimentar. A sexualidade é muito mais do que aquilo que vivemos. Você pode crescer um monte, nessa que é uma das maiores fontes de prazer do ser humano e que tem um canal direto para o coração.